A primeira parte da Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ) do caso envolvendo a morte do subsíndico Vinicius da Silva Azevedo, de 34 anos, foi redesignada após a defesa do réu insistir no depoimento de um policial militar, arrolado como testemunha, que não pôde comparecer nesta quarta-feira (15) ao Fórum de Campos. Uma nova fase da AIJ foi marcada para o próximo dia 15 de maio, às 15h30, no mesmo local.
O Manchete RJ apurou que o policial militar não compareceu à Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ) porque está de férias. Esse PM foi um dos que atuaram na ocorrência do homicídio e esteve no condomínio minutos após o subsíndico ser baleado.
A defesa de José Renato, apontado como autor do crime, também solicitou a instauração de um incidente de insanidade mental no acusado. Pedido este que foi deferido pelo juiz.
O promotor de Justiça Bruno Sabioni, que representa o Ministério Público — autor da ação — conversou com a imprensa ao término da audiência e comentou sobre a redesignação. Na sua avaliação, a insistência da defesa pelo depoimento do policial militar está “dentro da normalidade”.
O Ministério Público, nesta oportunidade, diante de tudo que já foi produzido, entendeu pela desnecessidade da oitiva do policial militar, até por uma questão de celeridade. A defesa do réu insistiu nessa oitiva, o que motivou a redesignação da audiência para o próximo dia 15 de maio. Isso não surpreende em nada, inclusive é um direito da defesa insistir na oitiva da testemunha”, explicou Bruno.
A defesa de José Renato optou por não falar com a imprensa.
Suposta insanidade mental
A solicitação de instauração de exame de sanidade mental, feita pela defesa do réu, foi deferida pelo juiz. Agora, o acusado será submetido a uma avaliação médica pericial, com acompanhamento de um psiquiatra, que deverá atestar sua condição de saúde mental.
O promotor de Justiça Bruno Sabioni também se manifestou sobre o pedido:
“Trata-se de um requerimento por parte da defesa técnica. É uma prova exclusiva da defesa, e é praxe que seja deferida, tendo em vista a possível alegação de cerceamento de defesa. Como se trata de uma prova de interesse da parte — a defesa técnica —, o pedido foi aceito também para que se avalie a necessidade de apuração da imputabilidade penal do acusado”, explicou.
Depoimentos marcantes
Ao todo, seis testemunhas arroladas no processo prestaram depoimento nesta quarta-feira (15), incluindo a delegada Carla Tavares — responsável pelas investigações —, um policial militar, um policial civil, o síndico do condomínio, a esposa da vítima e o porteiro do prédio.
Os relatos mais marcantes vieram da esposa de Vinicius e do síndico do condomínio. Ambos se emocionaram ao relembrar os detalhes do crime e os últimos momentos vividos ao lado da vítima. Eles afirmaram que também foram alvo do acusado, alegando que ele tentou atirar contra eles, mas a arma teria falhado (assista os vídeos abaixo).
Relembre o caso
Vinícius foi assassinado a tiros na madrugada do último dia 26 de fevereiro dentro do condomínio onde morava e era subsíndico, na Avenida Arthur Bernardes, em Campos. Acusado como autor do crime, José Renato teria tido um desentendimento com a vítima por conta de um vazamento de água. A confusão teria começado no andar onde moravam e se estendeu para o térreo do condomínio, onde ocorreu a fatalidade.
A vítima chegou a ser socorrida com vida para o Hospital Ferreira Machado (HFM), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade. José Renato teria sido espancado por moradores do condomínio após assassinar o subsíndico. Ele ficou sob custódia no HFM e recebeu alta sendo, posteriormente, transferido para o presídio.