Ciro Rocha em entrevista à Folha FM: “Há chance de eu vir a estadual” – Jornal A Voz de Campos

Eleição 2026 — “Para deputado estadual, a questão de eu ser candidato, há possibilidade sim. Principalmente se o prefeito não abraçar meus projetos. Existe essa possibilidade, eu já tenho um convite de partido para vir candidato. Já tenho proposta de parceria para fazer dobradinha de federal com estadual. Muitos empresários querem me apoiar, já conversaram comigo sobre isso, principalmente meus sócios. Eles apostam nessa ideia e, inclusive, eles querem muito mais do que eu uma candidatura para deputado estadual. O meu grupo político também quer muito. Eu que estou um pouco cansado”.

Candidaturas a deputado federal e estadual – “Eu acredito que Campos hoje pode fazer dois deputados federais. Vamos imginar um campo político hoje com Marquinho Bacellar candidato a deputado federal e Wladimir deputado federal. Acredito na eleição dos dois. E até torço também pelos dois, tanto para o Marquinho e principalmente para o Wladimir.”

Senado – “Acredito na eleição de Flavio Bolsonaro e de Cláudio Castro, o tabuleiro está se movimentando para isso. Cláudio Castro é um nome forte, tem um apoio maciço, tem até o apoio da própria direita”.

Eleição 2024 — “Essa campanha de vereador foi muito desgastante, foram 3.578 votos. E sem apoio maciço, tanto do Estado quanto da Prefeitura. Eu não tive uma vaga no Estado, eu não tive um RPA. Eu ganhei a eleição ali no ferro, no ferro puro. Então a gente trabalhou muito, foi uma eleição muito desgastante, tive que rodar esse município todo, tive que andar muito, tive que lidar com muita coisa negativa. Foi bastante pesado. Pela experiência que eu tenho em política, foi a eleição de vereador mais difícil de todos os tempos em Campos. E mais cara também, tem que ressaltar isso. Porque a oferta na rua foi muito grande. Combater essa oferta na rua e competir com vereadores, com várias vagas de emprego, tanto no Estado quanto na Prefeitura, foi muito difícil ganhar essa eleição”.

Acertos de Wladimir II – “Chegou agora o ônibus elétrico. É uma necessidade muito grande para atender esse público, principalmente de Guarus. É uma demanda gigantesca das pessoas que têm essa necessidade. Torcer para ser aprovado o ônibus elétrico e que chegue a frota para atender a cidade toda. Nota seis é a nota do governo até esse momento”.

Saúde – “É claro que Campos hoje tem dificuldade em algumas áreas. Eu vejo hoje principalmente na área da saúde. Como você falou, ele teve um alto índice de aprovação no governo passado. A quantidade de votos foi muito expressiva. A dificuldade existe. As últimas demandas, tanto da questão de saúde quanto de segurança pública, algumas áreas, têm que evoluir. Principalmente, na área da saúde mental, a área que eu defendo, é a bandeira que eu defendo. Já debati sobre isso em uma prestação de contas da Saúde na Câmara, e não tive essa resposta. Há também algumas dificuldades de atendimento na questão dos SADs (Serviço de Atenção Domiciliar), do home care. Chega muita demanda para mim no Instagram, com famílias pedindo ajuda relacionada a materiais e atendimentos”.

Saúde Mental – “Fecharam o João Viana, Henrique Roxo, Sandu da Saldanha Marinho, que eram os canais de emergência de psiquiatria. Se usar bem as ferramentas que Campos tem hoje, se criar novas estruturas para acolher esse público, dá para trabalhar assim. Vou apresentar um projeto na Câmara para internação compulsória no município. Quero trazer esse modelo para para facilitar a internação compulsória no caso da dependência química no nosso município”.

Comunidades Terapêuticas – “A falta de acolhimento para as pessoas em surto ou pessoas que precisam de uma internação. Hoje, se você precisar internar uma pessoa em Campos, você leva para onde? “Ah, preciso internar meu filho, quero botar meu filho em uma clínica”. São as comunidades terapêuticas que não são assistidas pelo poder público. Hoje, tem quatro comunidades terapêuticas que eu ajudo, a Vidamor, a Ágape, Resgatarte, comecei a ajudar agora a Casa do Pai, que fiz uma doação dias atrás de frango para eles terem uma proteína para se alimentar. Essas quatro instituições têm mais ou menos 200 pessoas internadas sem ajuda nenhuma do Poder Público. Internação feminina, só tem a Cristolândia em Campos hoje, que consegue acolher de 30 a 35 meninas. É uma área que está abandonada pelo poder público em Campos. Essa é a realidade”.

Fred Rangel na Câmara – “Tem sido um presidente bom, bem articulado. Tem tramitado muito bem ali entre os vereadores. É um cara bem solícito. Todas às vezes que precisei dialogar alguma coisa com ele, sempre fui atendido. Principalmente, na votação da Reforma Administrativa. Estou muito satisfeito acom o trabalho, não tenho o que falar do presidente. Está me surpreendendo. Eu dou um nove e meio”.

Trabalhos no Câmara – “Alguns vereadores estão muito amarrados e têm um pouco de dependência do prefeito. Isso trava um pouco do trabalho dos vereadores. Vou te dar um exemplo, principalmente porque, nestes quatro meses, saíram 50 ofícios do meu gabinete e apenas dois foram atendidos. Não sei se os outros vereadores têm essa dificuldade, mas eu estou tendo essa dificuldade.

100 dias do mandato – “É bem pior do que eu imaginava. É uma situação muito complicada. A gente pede, e de 50 pedidos, só dois são atendidos. Bastante frustrante. Hoje, tenho uma reunião com o pessoal da Santa Casa para finalizar a concessão do convento da Lapa para montar a clínica. Já se colocaram à disposição, só faltam ver alguns detalhes desse contrato de concessão. Estou prestes a concluir a concessão por 20 anos para utilizar aquele espaço como uma clínica de internação. De repente, começar com uma internação voluntária, evoluir para uma involuntária e chegar até uma compulsória.

Concessão do Convento da Lapa – “Estou para assinar a concessão com eles, faltam só alguns detalhes do contrato. O espaço é bem grande, fiquei surpreso. O imóvel está bem conservado. Precisa fazer uma reforma no telhado. Estou fazendo um acordo para cuidar do imóvel, do telhado e de toda a estrutura. Para utilizar aquele espaço para a internação. Tem algumas obras que têm que ser feitas, como os banheiros coletivos, o telhado, até para o próprio funcionamento da igreja, que é paralela à estrutura. Conversei com os meus sócios, vamos investir nesse imóvel para recuperar o telhado, gastando um valor significativo. A estrutura do Convento dá para fazer uma adaptação e tentar buscar os recursos, mas sem a Prefeitura fica tudo mais difícil. A verba SUS, emenda parlamentar, passa pela prefeitura. Então, se eu não tiver esse entendimento com o prefeito, nada vai andar. Dificilmente alguma coisa anda. É uma promessa minha de campanha e um sonho pessoal”.

Apoio de Aureo Ribeiro – “Ele quer meu apoio para deputado federal. É presidente do meu partido. Os projetos dele são muito parecidos com o meu. Estive em Duque de Caxias, o reduto dele, e fui muito bem recebido. Conheci o trabalho dele, principalmente na área de dependência química. É uma área que ele gosta também de trabalhar. Eu acho que é por aí que ele se interessou também em trazer esse projeto aqui para Campos junto comigo”.

Dependentes químicos — “Quase todas as famílias estão dependentes de química. Mais de 90% das famílias de Campos têm um dependente químico no convívio. Essa é a realidade. Uma clínica compulsória aberta, em Campos, daria um impacto social muito grande. Principalmente, no caso, dos moradores em situação de rua. Também, no atendimento a esses familiares que precisam internar o dependente químico compulsório e não têm onde colocar.

Posicionamento na Câmara – “A oposição meio que está um pouco extinta. Fred Rangel está conseguindo fazer essa interlocução e ter uma boa aceitação com todos. Então, na questão da oposição, não fui muito bem aceito no grupo, pelo menos não me senti confortável lá. Tive contato com o prefeito, já conversamos algumas coisas sobre política. Ele abriu o coração para mim, de me aceitar ali na situação. Está sendo conversado para que eu faça parte da base do governo. Estou votando a favor das demandas da prefeitura. O projeto da reforma administrativa votei a favor. Votei no presidente Fred Rangel. Mas, assim, hoje eu estou um pouco independente na Câmara”.

Governo Lula – “Esse mandato de Lula eu tenho visto como meio que decepcionante. Acredito que Bolsonaro sendo o candidato hoje ele ganha Lula. Já ele indicando outra pessoa, a briga é maior. Mas acredito que a direita hoje volta ao poder. São muitos escândalos e a própria parte industrial de comércio foi muito prejudicada. Você vê a situação dos aposentados hoje, com esses escândalos do INSS aí, é algo bem impactante na vida dos aposentados. E isso dá uma margem gigantesca para a direita voltar ao poder. O Bolsonaro entregou as contas com saldo positivo e você vê como que está hoje. Está negativo. A própria repercussão do governo hoje é negativa. Essa é a realidade, não tem como a gente fugir disso”.

Disputa ao Governo do Estado — “Eduardo Paes é um nome muito forte no Rio, na cidade do Rio. Mas quando chega pro interior a possibilidade de Rodrigo subir nessa pesquisa aí e e vencer essa eleição é muito grande, principalmente se tiver o apoio de Wladimir. Acredito que essa união de Wladimir e Rodrigo é a grande chave da eleição do governo do Estado. Eu fico feliz com essa união, porque pode trazer muito benefício pro município, pode trazer um resultado maravilhoso pra gente e Campos ter tem mais um governador lá sendo representado”.

Importância de Campos no pleito de 2026 – “A eleição passa por Campos. Hoje, o próprio resultado da eleição de prefeito de Wladimir, 192 mil votos. Isso dá um reflexo gigantesco em uma eleição para o governador. Então, vejo hoje o Wladimir como um fiel da balança para essa eleição. Até porque na eleição passada, Eduardo Paes perdeu para o Witsel no interior. Ele ganhou na cidade e no interior o Witsel passou ele. Então a probabilidade disso acontecer de novo é muito grande. E quanto mais Rodrigo tendo o apoio de Wladimir. Os maiores poderes políticos do Estado estão do lado de Rodrigo hoje. E eu torço pra que essa união seja consolidada e pra mim já está consolidada. Torço muito pelos dois, independente de politicamente nós não se encaixamos. Torço muito por Rodrigo e pelo grupo político dele. Tem várias pessoas lá que eu tenho uma afinidade tremenda, principalmente com a Delegada, é a pessoa que tenho mais contato no grupo politico. Torço muito para esse sucesso deles e principalmente pra Campos”.

Bacellar — “Com o Claudio Castro, com o Rodrigo lá do lado, Campos teve vários benefícios desse vínculo do Estado com o município, trouxe várias obras pra cá, o próprio HGG, o Ferreira Machado agora sendo reformado através dessa união que Wladimir conseguiu articular junto com o governador. Imagina o Rodrigo sendo governador, Wladimir apoiando ele sendo federal, sendo até o vice de Rodrigo. E Frederico como prefeito interino aqui, a gente vai ter um sucesso tremendo pro município.

Pacificação — “A política evoluiu, se modernizou. A guerra vai ficando para trás e a pacificação vai prevalecendo, eu acredito nisso daí. Quando o Wladimir assumiu a Prefeitura, eu morava ali atrás do HGG. Tinham roubado os canos do Hospital, estava sem água. Eu lembro que o Genil estava ali como subsecretário e estava meio que responsável pra fazer as coisas acontecerem. E me chamou lá, “Ciro, você mora aqui perto, me ajuda, roubaram os canos aqui, o HGG está sem água”. Nos primeiros dias de mandato de Wladimir. Eu fui pra lá ajudar, porque eu não tinha recursos, não tinha nada”.